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Febre maculosa: saiba como evitar e tratar a doença transmitida por carrapato

Ministério da Saúde alerta para o aumento de casos e óbitos por febre maculosa, principalmente na região Sudeste. Quando o clima está seco, há maior incidência de carrapatos. Por isso, o cuidado deve ser redobrado para aqueles que entram em contato com áreas de mata e até jardins com a probabilidade de existência do artrópode. O cuidado com os animais domésticos também precisa ser intensificado, já que podem ser hospedeiros dos carrapatos.

A febre maculosa é uma doença infecciosa, febril aguda e de gravidade variável. Ela pode apresentar desde as formas clínicas leves e atípicas até formas graves, com elevada taxa de letalidade. O tratamento deve ser iniciado com antibióticos após o surgimento dos primeiros sintomas para evitar complicações graves, como inflamação do cérebro, paralisia, insuficiência respiratória ou insuficiência renal, que podem colocar em perigo a vida do paciente.

No Brasil, duas espécies dessa bactéria estão associadas a quadros clínicos da febre maculosa: a Rickettsia rickettsii, registrada no norte do estado do Paraná e nos estados da Região Sudeste; e a Rickettsia parkeri, que tem sido registrada em ambientes de Mata Atlântica (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia e Ceará).

Números

Em 2022, até 22 de setembro, foram confirmados 67 casos de febre maculosa no Brasil, dos quais 26% (18) vieram a óbito. As mortes ocorreram nos estados de SP (11), MG (1), RJ (1) e MA (1). Quatro óbitos não tiveram seus estados informados quanto ao local de infecção. Em 2021, foram registrados no País cerca de 233 casos confirmados, com 70 óbitos.

Para melhorar a oportunidade de suspeição da doença e possibilidade de tratamento, capacitações voltadas à rede de vigilância de ambientes da febre maculosa, webinários e materiais para sensibilização dos profissionais da saúde sobre a febre maculosa podem ser consultados na página Saúde de A a Z.

Em junho, o Ministério da Saúde lançou a publicação “Febre maculosa – Aspectos epidemiológicos, clínicos e ambientais”. Esse manual busca fornecer orientações para os estados e municípios executarem as ações de vigilância, prevenção e controle da febre maculosa no Brasil.

Sintomas

Os principais sintomas da febre maculosa são febre, dor de cabeça intensa, náuseas, vômitos, diarreia, dor abdominal, dor muscular constante, inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés e gangrena nos dedos e orelhas.

A doença também pode provocar paralisia dos membros, com início nas pernas, chegando até os pulmões, causando parada respiratória. Além disso, com a evolução da febre maculosa, é comum o aparecimento de manchas vermelhas nos pulsos e tornozelos, que não coçam, mas podem aumentar em direção às palmas das mãos, braços ou solas dos pés.

Diagnóstico

O diagnóstico oportuno da febre maculosa é difícil, principalmente durante os primeiros dias de doença, tendo em vista que os sintomas também são parecidos com outras doenças, como leptospirose, dengue, hepatite viral, malária, sarampo ou pneumonia.

No entanto, é importante que a pessoa com sintomas da doença procure um médico para que possa fazer a avaliação dos sintomas. Durante a consulta, o médico buscará saber se a pessoa mora em região de mata ou florestas, onde possa ter sido picada por um carrapato. O profissional de saúde também solicitará exames para confirmar o diagnóstico.

Tratamento

Assim que surgirem os primeiros sintomas, é importante procurar uma unidade de saúde para avaliação médica. O tratamento é feito com antibiótico específico e deve ser iniciado no momento da suspeita. Em determinados casos, pode ser necessária a internação da pessoa. A falta ou demora no tratamento da febre maculosa pode agravar o caso, podendo levar ao óbito.

Como prevenir

A prevenção da febre maculosa é baseada no impedimento do contato com o carrapato. O Ministério da Saúde recomenda a adoção de algumas medidas para evitar a doença, principalmente em locais onde há exposição a carrapatos:

  • Use roupas claras para ajudar a identificar o carrapato;
  • Use calças, botas e blusas com mangas compridas ao caminhar em áreas arborizadas e gramadas;
  • Evite andar em locais com grama ou vegetação alta;
  • Use repelentes que possuem proteção contra carrapatos;
  • Realize o controle com antiparasitário nos animais domésticos;
  • Retire os carrapatos (caso sejam encontrados no corpo), preferencialmente com auxílio de uma pinça (de sobrancelhas ou pinça cirúrgica auxiliar);
  • Não esmague o carrapato com as unhas, pois ele pode liberar bactérias e contaminar partes do corpo com lesões;
  • Quanto mais rápido retirar os carrapatos do corpo, menor será o risco de contrair a doença.

 

Fonte: Ministério da Saúde

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