A empresa do ratinho Mickey Mouse pode estar prestes a fazer um anúncio que irá mexer as peças no tabuleiro do streaming. Entenda
O blog está de olhos abertos para esta quinta-feira, 14 de dezembro. De acordo com a rede de notícias americana CNBC, a The Walt Disney Company irá fechar a compra de ativos da 21st Century Fox, do magnata Rupert Murdoch, em um negócio que está sendo informalmente avaliado em mais 60 bilhões de dólares.
Meus amigos, se a transação for confirmada, estaremos diante de uma das maiores novidades já vistas no mundo do entretenimento. Isso porque a empresa do ratinho Mickey Mouse está negociando o controle do poderoso estúdio 20th Century Fox, além de canais como Fox, FX e NatGeo e terá uma fatia majoritária no Hulu, serviço rival da Netflix nos Estados Unidos.
O movimento da Disney é brusco. Em agosto, a empresa amargava queda de 9% no lucro trimestral, que foi atribuída aos altos custos de programação e à redução dos assinantes do canal esportivo ESPN. Agora, tentará abocanhar de vez quem migrou da televisão para o mundo digital.
Números e valores pra lá, o que é que tudo isso significa? O negócio por si só dará para a Disney o acesso a um acervo de conteúdo nada modesto e o estúdio que pode surgir da união Disney/Fox tem o potencial de ser o maior da indústria, segundo especula o site Deadline.com.
Para se ter ideia, no mundo do cinema, franquias como “Planeta dos Macacos”, “Avatar”, além de alguns super-heróis do universo da Marvel, cujos direitos foram parar nas mãos da Fox (como Deadpool, por exemplo), serão da Disney.
Fãs de “Star Wars” também serão afetados, já que vários filmes da saga são parte do acervo da Fox. Alguns, como os episódios I, II, III, V e VI, já seriam transferidos para a Lucasfilm, que é da Disney, em 2020. Com a confirmação da aquisição, todos os direitos da franquia estarão sob o mesmo chapéu, ou, melhor dizendo, orelhas.
O jornal USA Today especula, ainda, que a transação traria algumas redes regionais da Fox Sports. Outro ganho expressivo, já que a Disney é dona da ESPN.
Olhando apenas para o streaming, a notícia é igualmente impressionante. A ambições da Disney nesse setor não são segredo: em agosto, a empresa anunciou a saída das suas produções da Netflix até 2019 e afirmou que lançaria seu próprio serviço em 2018.
A expectativa que surge é a de que a empresa poderia transformar o já estabelecido Hulu em sua plataforma. Para tanto, é claro, teria de adquirir fatias restantes controladas pela NBC (Comcast) e a Time Warner. Nesse caso, irá virar uma presença dominante e ameaçará diretamente todos os outros serviços, da Netflix de Reed Hastings até a Amazon de Jeff Bezos.
Entre nós, espectadores brasileiros, as opções em streaming ainda estão muito reduzidas ao que a Netflix oferece (apesar de já existirem opções menos difundidas, como Amazon Prime e HBO Go) e um dos seus pontos fracos é justamente o acervo de filmes e a falta de esportes.
Agora, já imaginaram um serviço que controlasse um dos maiores estúdios do mundo e pudesse trazer filmes que estão nos cinemas ou acabaram de sair deles? Que oferecesse conteúdo esportivo?
Bom, embora nada esteja confirmado, a esperança de que a Disney una tudo isso em um serviço poderoso é alta. Para se consolidar como líder, terá de trabalhar a expansão internacional, ainda mais para bater concorrentes como a empresa de Hastings, presente em mais de 190 países. O Brasil, portanto, não deve ficar de fora por muito tempo.
FONTE: Revista Exame